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Socialismo Científico de Marx

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Mensagem por Proview Dom Set 14, 2008 6:04 pm

Fiz um trabalho sobre o socialismo esses dias para a aula de Ética.
Embora tenha sido baseado no livro de Chauí que, de acordo com meu primo, possui algumas incongruências, desmistificou muito do socialismo para mim.

Tipo ainda há muito de idealismo, pois o final (após a dita Última Revolução) ainda reflete o socialismo utópico (que é o que fala da sociedade perfeita e talz). Mas de qualquer forma os caminho para a revolução são bem escritos e ele analisa de forma bem congruente todo o sistema político-econômico-social dos humanos durante muito de sua história.

Vou tentar resumir algumas idéias aqui (sei que o tópico vai morrer pq é grande e talz, mas enfim, não custa tentar hehe).

Antes de tudo vou dar alguma base histórica:
A política foi "criada" na Grécia e vem da palavra polis, lá eles diziam separar as duas esferas "humanas" a esfera privada (economia) e a esfera pública (política), diziam que o Estado (que é uma ferramenta da política) servia justamente para resolver o conflito de interesses entre as duas esferas. O capitalismo pega mais ou menos esse conceito, faz com que o Estado tenha essa característica solucionadora.

Ele resolve esse conflito fazendo uso de algumas teorias, como o direito natural (que, resumidamente, diz que a propriedade privada é inerente ao ser humano) e o contrato social (eu não sei explicar muito bem, mas seria que toda a sociedade se organiza como se fosse um contrato, onde todas as partes são iguais e possuem direito e deveres equivalentes).

Marx critica essa idéia. Ele é contra a idéia de direito natural e diz que o Estado não é um contrato social, mas sim uma expressão "legal" dos interesses de uma classe social particular, ou seja, a maneira pela qual a classe economicamente dominante mantém seu domínio. No entanto para o capitalismo se manter, é preciso que o Estado pareça ser poder público, por quê? Porque há um conflito que existe desde o início das sociedades, um conflito entre os detentores dos meios de produção e os não-detentores, chamados de proletariado (ou servos ou trabalhadores livres e etc. dependendo da época e local), esse conflito que Marx chama de Luta de Classes, é o que move a sociedade capitalista, mas apenas por baixo dos panos, porque superficialmente o Estado está aí para cuidar dos "sem-posse".

Analisando a história da raça humana, Marx chega a conclusão que o homem é um ser produtor, que não é o racionalismo que nos separa dos animais, mas nossa capacidade de produzir, de alterar o que é natural para transformar em algo humano. A partir disso ele conclui que nossa mentalidade é moldada de acordo com o processo socio-econômico de produção o chamado modo de produção (alguém lembra esse termo das aulas de história? Thiago?), mas esse processo é modificado pelo próprio homem. Então ele dizia que o homem determina seu próprio futuro, mas não em condições previamente escolhidas por ele. Isso é a base para o Materialismo histórico (corrente filosofica criada por Marx).

Mas se nossas idéia e pensamentos são criadas com base na nossa realidade, porque não percebemos tanta desigualdade? Porque os explorados não se revoltam? Porque, individualmente, nossas idéias não expressam a realidade. Nós expressamos nossa idéia de forma a explicar nossas experiências pessoais, isso cria uma falsa percepção das coisas, uma inversão de causa e efeito, que em massa, Marx chamou de ideologia. E a ideologia é um mecanismo alienante. Por exemplo, imaginem uma indústria que faz cadeiras, numa época sem computador, em que os trabalhadores faziam toda a cadeira. Esse trabalhador após um suado mês de trabalho vai comprar uma cadeira para sua casa e quando vê, acha que é cara e desiste. O problema aí é 1º) Ele não se reconhece como o "feitor" da cadeira, pois aceita o fato dela valer mais que sua força de trabalho 2º) Ele explica sua incapacidade de comprar a cadeira por ter trabalhado pouco e não por receber pouco do patrão.,

Então como essas coisas existem em nosso meio desde que nascemos e se repetem no nosso dia-a-dia, gera naturalidade e algo que devia ser visto como injusto se torna banal.

Além disso tudo, ainda temos a chamada classe intelectual (nós?). As pessoas que pensam o fazem porque tem tempo para tal, se têm tempo, é porque não precisam se preocupar com necessidades humanas (comida na mesa, por exemplo), logo normalmente fazem parte da classe dominante. Sendo assim eles têm uma visão parcial das coisas e pior, pensam que suas idéias e pensamentos existem por si (separado das coisas materiais), coisa que Marx negou (Materialismo histórico e talz), logo pensam que suas idéias produzem e reproduzem o real. E esses intelectuais dominam a consciência social e moldam o pensamento de todas as classes pela sua inflência e poder (mídia?). Ou seja, mesmo os pensadores, que em teoria, querem o bem (ou não) para a sociedade, recaem numa alienação ideológica.

E toda essa ideologia reforça o poder e as funções do Estado, resolve os conflitos da sociedade e oferece uma imagem de unificação e de identificação social. E por vivermos imersos nessa ideologia, não percebemos sua natureza.

Voltando um pouco para os Gregos, por viverem numa sociedade escravocrata, desvalorizavam o trabalho. Diziam que o engradecimento espiritual e intelectual vinha através do otium (ócio, ou lazer em grego antigo) e os trabalhadores livres e escravos realizavam o neg-otium (negócio, ou negação ao ócio) e não podiam participar da vida política, esse sistema é chamado de praxis grega. No final da idade média, com o surgemento dos ideais protestente seguido do liberalismo econômico e capitalismo, a idéia se inverteu, o trabalho passou valorizado, passou a ser o que de fato engrandecia o homem. Mas na vida política, na prática, ainda era a mesma coisa que a praxis grega, pois só os economicamente bem providos podiam participar efetivamente da vida política.

Marx então critica o que ele chama de praxis liberal, que é a valorização moral do trabalho para legitimar o direito natural (liberdade e propriedade) e o contrato social. Todo mundo é igual e livre, embora a sociedade os faça desiguais economicamente. Diante disso surge o Trabalhador "livre", pois sem posses, sem poder, só lhe resta a "liberdade" de vender sua força de trabalho.

Mas nem tudo está perdido. Antes os trabalhadores trabalhavam isoladamente, sem contato social, mas na época de Marx as coisas mudaram, os trabalhadores agora tinham a possibilidade de se identificar como classe social e, sendo assim, identificar o conflito de interesses (a luta de classes) e, como sonequência, indentificar a falsidade da ideologia.

Diante disso o trabalhador iria/irá lutar por seus interesses, exigir que a exploração terminasse, mas a classe dominante iria tentar frear isso e usar de todo seu poder policial, jurídico e militar, então o único caminho para acabar com o sistema é a revolução. A última revolução, pois após esta ser concluida, não haverá mais razões para qualquer outra revolução.

Eu iria ficar muito feliz MESMO, se alguém lesse e comentasse, faz parte do meu trabalho da faculdade, então vocês estarão me ajudando também Mr Green
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Mensagem por Tomás Seg Set 15, 2008 1:23 pm

"Diziam que o engradecimento espiritual e intelectual vinha através do otium (ócio, ou lazer em grego antigo) e os trabalhadores livres e escravos realizavam o neg-otium (negócio, ou negação ao ócio) e não podiam participar da vida política"
Hoje ainda funciona assim. Os políticos não trabalham nem fazem porra nenhuma enquanto o povo só se fode. Razz

Bom, mas agora sério. Vou falar pq é pra um trabalho de faculdade, mas acho que o post foi tão grande que até você ficou com preguiça de reler pra corrigir os erros de português. Então releia pq existem erros de português.

Eu acho que você quer comentários sobre o texto e não sobre o que Marx defende né?
O texto tá legal, bem explicadinho mesmo. O problema é que você simplificou demais as coisas aí a simples adoção de determinadas premissas parecem equivocadas.
Tipo, tudo aí é muito racional, mas as premissas em que o raciocínio se baseia não foram muito explorados e minhas criticas são relativas à adoção de premissas como "ser produtor, que não é o racionalismo que nos separa dos animais, mas nossa capacidade de produzir". Isso é muito complexo de ser afirmado e eu precisaria conhecer os argumentos para isso. Entende. Tipo eu entendi todo o racioncínio que você expôs, mas a falta de exploração dessas premissas acaba tendenciando o leitor a negar as bases desse pensamento.
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Mensagem por Proview Sex Set 19, 2008 2:36 pm

Tom valeu mesmo por ter comentando, me ajudou...
Nao respondi antes pq queria dar uma relida em tudo, quanto aos erros de pt, foram todos (espero) corrigidos no trabalho em si.

Quanto a simplificação foi necessario dado o tamanho máximo do trabalho escrito, mas eu supri isso na apresentação (espero).

Se você (ou alguém) quiser discutir melhor o assunto posso me extender um pouco mais, complementando alguns pontos.
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Mensagem por Tomás Sex Set 19, 2008 2:59 pm

Tô ligado, o que quis dizer é que isso é válido como parte de um todo. Como uma introdução ou um resumo, mas por sí só não teria muita valia.
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